Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco, então é que sou forte. - 2 Coríntios 12:10

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Uma teoria sobre a importância

Sempre tive que enfrentar o problema da aceitação, isto desde pequeno já... Me lembro das várias coisas que fiz para ser aceito pelas pessoas que me rodeavam, pelas pessoas que eu considerava amigos... Há muito para se falar deste problema... Mas não é sobre ele que gostaria de tratar agora... O que eu tenho para falar é algo que venho observando na tentativa de enfrentar o problema, e na tentativa de descobrir onde falhei.
Trata-se da pergunta: o que nos faz ser aceitos? O mais importante ainda é descobrir o que nos faz importantes para uma pessoa.

Pensei muito sobre esta questão, e tenho chegado a uma linha de raciocínio que certamente terei que lapidar ainda. Mas já é um bom começo...

Acredito que exista dois tipos de importância. A primeira é essencial para que conheçamos pessoas, mas de forma alguma é a forma definitiva. Eu a chamaria de importância pelo que se faz. Todo mundo tem gostos e se dedica a certas atividades na vida, e isto acaba atraindo outras pessoas, amigos. Então, se você é engraçado, certamente atrai pessoas que gostem de pessoas engraçadas.
Por outro lado, há a importância pelo que se é. Esta é a mais difícil de se alcançar, mas é mais facilmente encontrada na relação de pais e filhos (embora nossos dias estejam trazendo reais tragédias nesta área).

A primeira como eu disse, é essencial. É por causa dela que conhecemos as pessoas, e despertamos o interesse nelas. Mas de forma alguma ela é definitiva. Não dá para se tornar o que fazemos como algo que nos prende às pessoas, pois isto significa no fundo que o que você gosta não é de pessoas, mas de coisas que elas fazem. Infelizmente, nosso mundo tem se tornado cada dia mais utilitarista. Isto significa que tudo que nos é útil é desejado, o que acaba sendo transportado para o relacionamento humano. Pessoas procuram apenas aquilo que lhes agrada.
A grande tragédia disto tudo é que se você quer ser aceito em um grupo, você deve fazer o que o grupo gosta e continuar fazendo o que ele gosta. No momento que você deixar de fazer isto, você se tornará descartável. Neste momento, tudo que você faz se torna correntes pesadas, e a sua liberdade significa também sua solidão. Você não faz mais algo por que gosta daquilo, mas por que precisa... E aquilo que te definiu para seus amigos passa a definir você. Por que tantas pessoas fazem coisas malucas para chamar a atenção? Não é por que desesperadamente procuram uma aceitação de mentira?
A primeira importância é só um passo para a segunda, que no meu ver é a definitiva: ser importante por aquilo que se é. É muito difícil encontrar pessoas que busquem esta importância e que dêem importância para as pessoas desta forma. É um nível muito superior de relacionamento, é verdade, e exige um conhecimento muito grande da pessoa com quem nos relacionamos. Por que neste relacionamento, o que a pessoa faz deixa de ser algo importante... É realmente complicado ver como isto se encaixa em nosso mundo, e tal relacionamento só pode acontecer de forma bilateral: seu amigo tem que te considerar amigo acima de tudo, assim como você o considera assim.
Brigas e desentendimentos acontecem sempre... Como vamos reagir a isto? Vamos terminar nossas amizades de longas datas, ou vamos procurar nos entender novamente? É a forma que procedemos nestas ocasiões que para mim determina a diferença entre os dois tipos de importância. A questão é que a amizade, o namoro, o casamento, estão tão descartáveis hoje em dia, que é muito mais fácil continuar brigado do que discutir as causas dos problemas e se chegar a um acordo, a um entendimento. As pessoas vivem fugindo de seus problemas, e isto não seria mais uma forma?

Neste contexto, acabo entendendo como de certa forma temos uma grande importância para alguém:
Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. - Romanos 5:8
Deus nos ama pelo que somos, e não pelo que fazemos. Deus não é utilitarista, e nós não deveríamos ser também...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...